As mudanças no cenário mundial dos negócios, além da parcela de contribuição que a pandemia trouxe, podemos esperar que na próxima década, uma parcela não negligenciável dos empregos recém-criados estará em ocupações totalmente novas ou em ocupações existentes passando por transformações significativas em termos de conteúdo e requisitos de habilidades.
O relatório Jobs of Tomorrow do Fórum Econômico Mundial, elaborado em parceria com cientistas de dados das empresas parceiras LinkedIn e Coursera, apresentou pela primeira vez uma maneira de medir e rastrear o surgimento de um conjunto de novos empregos em toda a economia usando o mercado de trabalho em tempo real.
Os dados dessa colaboração identificaram 99 empregos que estão em demanda crescente consistentemente em 20 economias. Esses trabalhos foram então organizados em grupos profissionais distintos de acordo com a similaridade de suas habilidades.
Esse conjunto resultante de profissões emergentes reflete a adoção de novas tecnologias e a necessidade por novos produtos e serviços, que estão impulsionando empregos na economia verde, vanguarda da economia de dados e IA, bem como novas funções em engenharia, computação em nuvem e desenvolvimento de produtos.
Além disso, as profissões emergentes, mostram a importância contínua da interação humana na nova economia por meio de funções do cuidado; em marketing, vendas e produção de conteúdo. É fundamental que se tenha facilidade ou aptidão para entender, se sentir à vontade para trabalhar com diferentes tipos de pessoas e de diferentes origens.
Os gráficos acima indicam que alguns grupos de empregos emergentes apresentam oportunidades significativas para transições com demandas em crescimento.
Entre as transições para profissões de dados e IA, por exemplo, 50% das mudanças feitas são de funções não emergentes. O número cresce quando se trata de vendas, conteúdo e engenharia: 75% , 72% e 67% respectivamente. Pode-se dizer que nesse campo a migração seja mais tranquila, enquanto Dados/IA, Pessoas e Cultura apresentam mais desafios. Os números sugerem que algum nível de realocação da força de trabalho já está em andamento.
Ao analisar esses pivôs de carreira – casos em que os profissionais fazem a transição para ocupações totalmente novas – torna-se evidente que alguns desses chamados “empregos de amanhã” apresentam maiores oportunidades para quem deseja mudar completamente de “família de trabalho”. Assim, surgem mais opções para reimaginar a própria carreira, nova trajetória profissional, enquanto outras profissões emergentes permanecem mais plenamente delimitadas.
Conforme apresentado na Figura 24 C, apenas 19% e 26% das transições de cargos para Engenharia e Pessoas e Cultura, respectivamente, vêm de fora dessa “família”. Por outro lado, 72% das transições vinculadas a dados e IA se originam de uma família de cargos diferente. Isso se dá ao fato que vários segmentos estão em busca das decisões baseadas em dados e do crescimento de aplicações do Big Data.
Como Vendas foi um dos clusters emergentes, 68% das transições também estão presentes nessa família.
Podemos observar também maiores oportunidades de transformação com uma mudança significativa no perfil de habilidades. Na Figura 24 B é possível observar que as transições para Pessoas/Cultura e Engenharia têm sido tipicamente com alta similaridade de habilidades, enquanto Marketing e Desenvolvimento de Conteúdo têm sido mais permissivos a baixa similaridade de habilidades. Isso mostra ser necessário maior planejamento de transição quando a base das famílias originais de ambos é muito diferente.
Estando na mesma família de engenharias, por exemplo, é mais fácil migrar de um perfil para outro, visto que a base de aprendizado, tecnicamente falando, foi a mesma.
Diferentemente de marketing e desenvolvimento de conteúdo, por se tratar de áreas mais funcionais, aprender ferramentas, conceitos e novas metodologias pode ser mais tranquilo, principalmente na era digital, com tanta informação disponível.
Entre as profissões emergentes descritas neste relatório, as transições para dados e IA permitem a maior variação no perfil de habilidades entre o cargo de origem e de destino.
Com as oportunidades também cresce a escassez
A capacidade das empresas globais de aproveitar o potencial de crescimento da adoção de novas tecnologias é prejudicada pela escassez de habilidades.
A Figura 26 mostra que as lacunas de habilidades no mercado de trabalho local e a incapacidade de atrair o talento certo permanecem entre as principais barreiras à adoção de novas tecnologias. Esta constatação é consistente em 20 dos 26 países que participaram da pesquisa.
Na ausência de talentos prontos, os empregadores pesquisados por meio da Pesquisa Future of Jobs relatam que, em média, eles fornecem acesso à requalificação e qualificação para 62% de sua força de trabalho e que, até 2025, expandirão essa oferta para mais 11% da força de trabalho.
No entanto, o envolvimento dos funcionários nesses cursos está atrasado, com apenas 42% dos funcionários estão aproveitando as oportunidades de requalificação apoiadas pelo empregador.
É por isso que profissionais dedicados que tem a coragem de se reinventar e a correr atrás de novos objetivos, estão sendo contratados mesmo com pouca experiência.
Coragem traz novos comportamentos e comportamentos também está presente nas TOP 10 habilidades para 2025.
Além das habilidades voltadas para a tecnologia, destacam-se a capacidade de autogerenciar os aprendizados, que precisam ser constantes e seguir uma estratégia, assim como a inteligência emocional (resiliência e outros).
Como era de se esperar, 50% das habilidades estão relacionadas à resolução de problemas, totalmente ligada a inovação, à capacidade de questionar e trazer soluções diferentes, originais, com o protagonismo e execução em evidência.
Muito se dá ao grande volume de startups criadas em todo do mundo, dos mais diversos segmentos, além dos Hub´s de Inovação, criados dentro das empresas maiores, com a finalidade de resolver problemas corporativos e/ou criar novos modelos de negócios.
Possibilidades e Oportunidades
A parceria com o Linkedin e Coursera para fazer a pesquisa também trouxe informações com relação ao tempo de qualificação. Em média, os entrevistados estimam que cerca de 40% dos trabalhadores exigirão uma requalificação de seis meses ou menos. Esse número é maior para os trabalhadores do setor de consumo e de saúde, onde os empregadores provavelmente esperam se apoiar na requalificação de ciclo curto.
A proporção de trabalhadores que podem ser requalificados dentro de seis meses é menor nos setores de Serviços Financeiros e Energia, onde os empregadores esperam que os trabalhadores precisem de um ciclo mais demorado.
Várias habilidades podem ser adquiridas através de cursos a distância, como o Coursera. A exemplo das áreas; pessoas e cultura, redação de conteúdo, vendas e marketing, em média de um a dois meses, segundo informações da empresa.
Os interessados podem expandir suas habilidades em desenvolvimento de produtos e dados/IA de dois a três meses em média. Se o desejo é reorientar totalmente para a nuvem e a engenharia, podem avançar nesse conjunto de habilidades principais por meio de um programa de aprendizado de quatro a seis meses.
Esses números sugerem que, embora aprender um novo conjunto de habilidades seja cada vez mais acessível por meio de novas tecnologias digitais, para consolidar novos aprendizados, as pessoas precisarão de um plano, com tempo para dedicação e coragem para se reinventar.
Esforço que vale a pena, concordam?
As oportunidades estarão sempre disponíveis para quem estiver preparado e de olho no futuro.
Compilado e traduzido por Gigo.
Foto Inovação: https://media4.giphy.com/media/KeEI9XpPCJWVF05ecC/giphy.gif?cid=ecf05e47c1l3t9yicfnqtgzy4y1kml3rlj1i96djannjk4v6&rid=giphy.gif&ct=s
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