Pouco mais de um ano de meio de pandemia, que fez o mundo ficar de pernas pro ar, a maioria das organizações se virou nos 30 para sobreviver. Para muitas foi muito sofrido e outras infelizmente não estão mais entre nós. Os executivos analisaram o impacto nas operações e atuaram nas emergências. Agora, as empresas estão prontas para ir além da resiliência, da recuperação e buscar o crescimento.
A boa notícia é que quase todos estão otimistas. Uma pesquisa mundial com 297 executivos de negócio feita pela MIT Technology Review Insights e a Oracle, mostra que as organizações estão dispostas a investir em ideias inovadoras para revigorar suas operações. E ja estão começando.
No geral, 47% esperam que os seus negócios prosperem em 2021, 36% esperam que as suas organizações se transformem, e apenas 12% estão se preparando para um ano sombrio de sobrevivência. Neste documento, "prosperar" é caracterizado como uma continuação bem-sucedida de um modelo de negócio existente.
Levando em conta as máximas "na crise encontramos a oportunidade" ou "do limão fazemos várias limonadas" muitas empresas usaram a pandemia como um gatilho para reavaliar seus negócios. Que partes podem ter êxito do jeito que são? Quais precisam de um redirecionamento? Quais devem ser eliminadas? Onde estão as áreas inexploradas de crescimento? A pandemia nao acabou ainda, mas as empresas já iniciaram as mudanças.
O distanciamento e o home office, sem dúvida, motivou os investimentos em tecnologias além das alterações estruturais, uma vez que grandes sedes de corporações cairam por terra. Assim, aquelas que ainda tinham servidores para suas aplicações digitais, também estão migrando para nuvem (terceiro maior percentual das mudanças), além de facilitar a implementação de IA, proporciona mais segurança e robustez com relação aos riscos.
As empresas que realmente os negócios não vão bem, já esperam absorção por outras através de fusões ou aquisições.
A redução de custos, que já era um dos carros chefes das organizações, se tornou essencial para mais da metade das empresas entrevistadas. Talvez seja pelas possibilidades que o home office trouxe.
A forma como os produtos e serviços são vendidos também sofrerão mudanças, provavelmente pela necessidade ou estratégias de expansão para novos mercados. A digitalização e as tecnologias proporcionaram isso às empresas já que as implementaram e está no alvo de várias.
Ocupam alguns percentuais significativos a realocação de recursos, adaptações de produtos ja existentes, lançamento de novos modelos como serviços (agregando mais valor ao produto). Oferecer uma melhor experiência ao cliente também não ficou de fora.
A pesquisa traz um alguns dados importantes sob a visão das organizações de grande porte: o maior obstáculo para grandes mudanças organizacionais é em relação ao orçamento (39%). Outras preocupações incluem questões de segurança, riscos e conformidade (18%) e a falta de competências e processos (17%).
As fontes de financiamento, instituições de fomento e até mesmo oportunidades para startups ou empresas menores estarão em alta, pois a busca por novos modelos, soluções tecnológicas, alinhadas a dificuldades de grandes investimentos e competências, podem ser um prato cheio para empresas com visões disruptivas. Mais parcerias estão por vir.
Falando em tecnologia e oportunidades, quem trabalha com Big Data e IA, que já estão "nadando de braçada", vão pilotar um transatlantico. A busca pela eficiência operacional demandará a corrida pela previsibilidade. As famosas soluções "bola de cristal" estarão na crista da onda, auxiliando as empresas a serem mais assertivas nas decisões.
Sem contar na visão de produto, avaliando melhores oportunidades de mercado, alvo, preferências e necessidades de clientes.
A segurança e conformidade é uma preocupação das empresas pois com o volume digital crescendo, aumentam os crimes cibernéticos, roubo de dados e invasões.
Grandes oportunidades (embora não estejam descritas nessa pesquisa) virão para os que trabalham com a LGPD no Brasil e GDPR na União Européia. Além disso, a partir de agosto, as sanções no Brasil entraram em vigor. Se já não começou a corrida das adequações, está prestes a começar. Na verdade, estamos atrasados.
A pesquisa traz algumas coisas interessantes. A automação de processos financeiros com os algoritmos de machine learning, que aprendem com os dados coletados, podem ajudar as empresas a automatizar operações comuns e também a continuar em conformidade com regulamentações de governança financeira e de dados em jurisdições pelo mundo.
Isso será um grande avanço!
O final do estudo traz uma mensagem otimista de um futuro inovador, que para investir e mudar modelos de negócios, em tempos dificeis, pede uma colaboração da empresa toda.
Embora toda a tecnologia disponivel existente hoje, este é um ponto crucial que merece complemento.
As pessoas precisam estar conectadas com as mudanças buscando uma transformação também no mindset. As tecnologias facilitam o processo mas as habilidades cognitivas, comportamentais e emocionais das pessoas darão o tom para toda essa mudança.
Cognitiva no sentido de tomar decisões mais ágeis, com estruturas mais enxutas, projetos curtos e resultados rápidos.
Comportamentais no sentido da experimentação e aceitação aos erros como aprendizados.
Emocionais criando empatia e reciprocidade para gerar a confiança entre os envolvidos em busca de novos patamares de negócios e dias melhores.
E eles certamente virão!
Texto baseado na pesquisa realizada pelo MIT Technology Review Insights e Oracle. figuras extraídas do estudo original, que pode ser baixado no link https://go.oracle.com/LP=110711?elqCampaignId=294354&src1=%3Aad%3Aso%3Afb%3Adg%3Aa_lad%3A%3ARC_WWMK210519P00042C0001%3ALA22_EPM_FD_CP10_M4015_SP002YP12_DP0036_AP04_RO016&SC=%3Aad%3Aso%3Afb%3Adg%3Aa_lad%3A%3ARC_WWMK210519P00042C0001%3ALA22_EPM_FD_CP10_M4015_SP002YP12_DP0036_AP04_RO016
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